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Os pneumáticos: o que é ...exatamente ?

01) Considerações iniciais:

02) Tipos de pneumáticos:

03) Identificações dos pneumáticos:

04) Pressões:

05) A montagem dos pneumáticos: O que é ?

06) O aperto das rodas nos cubos: O que é ?

07) O desgaste prematuro e irregular: O que é ?

08) A geometria de direção: O que é ?

09) Desquadramento: O que é ?

10) Outros fatores para um desgaste prematuro dos pneumáticos:

11) O armazenamento:

12) Para concluir:

 

01) Considerações iniciais:

Vamos lembrar, mais uma vez, a suma importância do pneumático no contexto mecânico de qualquer veículo quando se sabe que ele é responsável por : Suportar (aguentar ... !) além da pressão interna do ar, todo o peso do veículo sem se deformar e, ... rodando !

Sendo o único contato do veículo com o solo :

  1. Transmitir o torque do motor para o veículo se deslocar (andar!);
  2. Transmitir a velocidade desejada; - Executar as mudanças de direção ;
  3. Desacelerar o veículo ao acionar os freios;
  4. Manter a aderência em qualquer situação tais como nas curvas, sob chuva (pista molhada, etc ... ).
  5. Participar de forma decisiva, além de aderência sob o solo, da estabilidade e da dirigibilidade do veículo.

Sendo um elemento da suspensão pela sua flexibilidade :

  1. Participar do conforto do veículo !
  2. Ter uma durabilidade quilométrica satisfatória.
  3. Ter uma arquitetura, concepção e resistência interna permitindo vários recapes

02) Tipos de pneumáticos:

  • Pneu convencional (ou diagonal) - O que é ?

De tecnologia antiga, entretanto ainda bastante utilizado, devido a seu baixo custo inicial, em serviços de entregues nas cidades aonde há necessidade de subir constantemente o meio fio, calçadas, etc... com conseqüências de alto índice de perdas por acidentes. A sua carcaça é composta de lonas superpostas e "cruzadas", umas em relação as outras. Os cordoneis que compõem estas lonas são geralmente de fibras têxteis, naturais ou sintéticas ou, as vezes alguns de aço. O seu "comportamento" nas curvas é muito rígido por falta de flexibilidade radial, limitando, assim a sua aderência !

  • Pneu radial - O que é ?

De tecnologia muito mais avançada, entretanto "carregando" ainda a câmara de ar e todos os seus problemas ! Tende a desaparecer definitivamente ! Os cordoneis das lonas são verdadeiros "cabos de aço", dispostos em áreas perpendiculares ao plano de rodagem do pneu e orientados radialmente em direção ao centro do pneu. Uma cinta composta de várias lonas sobrepostas permite e assegura uma ótima estabilidade no solo. O comportamento do pneu radial em qualquer veículo pode ser considerado de exemplar ! Pela "deformação" (flexibilidade das lonas) em curva, a banda de rodagem consegue manter uma aderência amplamente acima de qualquer outro pneu ! Lembramos ainda que aderência = segurança, principalmente com pista molhada e ... nas curvas !

  • Pneu radial sem câmara - O que é ? De tecnologia cada vez mais atualizada ele preserva todas as vantagens da "arquitetura" radial. Este tipo de pneu vem se generalizando em praticamente todos os veículos, isto é, por apresentar imensas vantagens sobre todas as opções anteriores ou seja:
  1. Com a supressão da câmara de ar, facilidade de montagem = 2 elementos no lugar de 5 ou 6 !
  2. Temperatura de trabalho mais baixa pelo afastamento do tambor de freios e a supressão do atrito da câmara de ar !
  3. Diminuição drástica de pneus furados e conseqüente danificação da câmara de ar ("detonamento"). Em caso de furo, o pneu esvazia-se lentamente, permitindo um retorno a garagem sem danos maiores.
  4. Com diâmetro menor e banda de rodagem mais larga, abaixamento do centro de gravidade do veículo traduzido por mais segurança e dirigibilidade.
  5. Desgaste muito mais uniforme.
  6. Quilometragem útil maior.
  7. Perdas de carcaças muito inferior.
  8. Muito menos trabalho para os borracheiros !
  9. Embora mais caro na aquisição, custo quilométrico inferior.
  10. Etc ... !

03) Identificações dos pneumáticos:

  • Dimensões (medições) em polegadas.

Exemplo :

  • Um pneu 11.00 x R22 quer dizer: 11.00 = largura do pneu medida nos flancos. R = pneu de arquitetura radial. 22 = diâmetro interno do pneu, medido do aro.

04) Pressões:

O estabelecimento da pressão correta para pneumáticos não é tão simples assim. Deve-se considerar vários fatores (parâmetros) fundamentais como, por exemplo :

  1. A pressão básica aconselhada pelo Fabricante do veículo. (vide manual do veículo);
  2. A pressão básica aconselhada pelo Fabricante do pneumático;
  3. A posição do pneu na dianteira ou na traseira;
  4. As cargas médias e máximas nas quais será submetido o veículo;
  5. As velocidades máximas alcançadas;
  6. O tipo de estrada (retas, curvas, chão, etc...);
  7. A estação (verão, inverno);
  8. O histórico da Empresa sobre comportamentos anteriores de uma mesma marca / tipo de pneu em condições similares de operação (vide controle interno de pneus). Para concluir, a Empresa determina a sua pressão ideal, sempre de comum acordo com o Fabricante de pneumáticos já que têm que se preservar a Garantia contratual das mesmas.

Em caso de baixa pressão: Pelo flexionamento maior do pneu, ocorrerá um superaquecimento e desgaste irregular, com as seguintes conseqüências:

  1. Separação da banda de rodagem (descolamento);
  2. Desagregos internos; Þ Alto risco de "detonamento";
  3. Grande resistência ao rodar elevando, inclusive, o consumo de combustível;
  4. Desgaste prematuro + irregular. Em caso de alta pressão: A alta pressão reduz a vida útil do pneu pela diminuição da área em contato com o solo ! Reduz, ainda, o efeito "amortecedor" transmitindo (repercutindo) choques violentos para a carroceria abalando as estruturas e diminuindo drasticamente o conforto dos passageiros.

A calibração da pressão dos pneumáticos:

  1. Sempre com pneumáticos frios;
  2. Usar extensões metálicas para pneus traseiros internos;
  3. Usar sempre tampinhas metálicas;
  4. Nunca sangrar o ar de pneus quentes para aliviar a pressão.
  5. Verificar se o calibrador está ... calibrando certo!

05) A montagem dos pneumáticos: O que é ?

A montagem de um pneumático só se concebe com a roda absolutamente limpa, lixada, escovada e pintada ! Qualquer outra alternativa irá prejudicar, e muito, a vida e o desempenho futuro do pneumático ! O uso de lubrificante apropriado é obrigatório !

06) O aperto das rodas nos cubos: O que é ?

Lembramos que todos os Fabricantes de veículos determinam um torque preciso para aperto, o mesmo nem sempre respeitado ! No "pavor" de soltar rodas na estrada por afrouxamento, ainda têm borracheiros usando extensões muito compridas e "pendurando-se" nelas na hora do aperto final. Aí, o torque vai depender do peso, alimentação e "vontade" do borracheiro (ou do apertador !). A nova tecnologia de fixação por porcas não "centradoras" das rodas exige, obrigatoriamente, o uso de um torquimetro.

07) O desgaste prematuro e irregular: O que é ?

Resolvidos os problemas de montagem e de pressão, qualquer desgaste prematuro e / ou irregular aponta, de forma decisiva, para falha mecânica em outra parte do veículo (chassis + componentes) ! Desgaste irregular = O que é ? Somente parte da banda de rodagem é utilizada. Desgaste prematuro = O que é ? Diminuição percentual de quilometragem prevista em relação ao percentual do uso parcial da banda de rodagem mais alguns agravantes tais como arraste, superaquecimento, etc ...

Lembramos ainda que pneus desgastados irregularmente transferem, geralmente para direção, uma série de reações estranhas e nocivas, afetando assim potencialmente a dirigibilidade e, consequentemente, a segurança operacional do veículo, como um todo !

Teremos :

  1. "chimmy";
  2. direção dura ou leve demais;
  3. direção não retornando após as curvas;
  4. fortes trepidações na suspensão;
  5. etc ...

Aí, não adianta trocar apenas os pneumáticos ! É absolutamente necessário corrigir a falha mecânica !

08) A geometria de direção: O que é ?

Resumindo, (e muito) são os vários ângulos de várias peças mecânicas que permitem as rodas direcionais efetuar trajetórias diferentes uma da outra, em perfeito alinhamento com as rodas traseiras em relação ao centro do chassis (do veículo !).

O "camber" = O que é ?

É a inclinação da roda em relação ao plano vertical. O ajuste da "cambagem" é muito difícil. É, geralmente, uma indicação que a viga mestre sofreu um choque e está empenada !

Correção = Só desmontando o eixo dianteiro e verificando a viga. É necessário um aparelho (alinhador ótico) para detectar exatamente falhas no "camber".

Desgaste = De um só lado da banda de rodagem, dependendo se a "cambagem" excessiva é negativa ou positiva.

O "caster" = O que é ? É a inclinação do pino mestre em relação ao plano vertical do mesmo.

O objetivo do "caster" é o de melhorar a dirigibilidade ou seja ainda, a direção tentar voltar sozinha para uma linha reta, após uma curva. (vide o exemplo do garfo de uma bicicleta !).

O ajuste é feito, geralmente, por meios de calços por baixo dos feixes de molas ou das pontas de ancoramento dos braços de reação nos veículos com suspensão a ar.

Desgaste : pouca influência no desgaste dos pneus. O maior problema situa-se na dirigibilidade do veículo !

Convergência / divergência = O que é ?

É o "paralelismo" convergente ou divergente das duas rodas dianteiras entre si. O ajuste correto é levemente convergente, atendendo as medidas estabelecidas pelo Fabricante do veículo.

Problemas possíveis :

  1. Falta de regulagem na barra de direção;
  2. Barra de direção empenada;
  3. Viga mestre empenada;
  4. Mangas de eixo empenadas;
  5. Excesso de folga nas articulações;
  6. Excesso de folga no embuchamento da manga de eixo.

Desgaste :

  1. muito convergente = nas raias internas das bandas.
  2. muito divergente = nas raias externas das bandas.

09) Desquadramento: O que é ?

É a falta de paralelismo do eixo traseiro em relação ao eixo dianteiro. É, ao nosso ver, um dos maiores causadores de baixa quilometragem ! Observamos que são raros, os responsáveis técnicos que se atentam ou pesquisem esta possibilidade ! Um eixo traseiro, mesmo ligeiramente, desquadrado provoca um desvio lateral do veículo que, inconscientemente será "corrigido" pelo condutor com outro desvio lateral oposto, com as rodas do eixo dianteiro objetivando, obviamente, o veículo andar em linha reta ! Daí, temos um "arrasto" contínuo e permanente em todos os pneus com efeito muito maior nas dianteiras já que as mesmas são direcionais !

Desgaste : "frisados" por arrastamento.

Solução : Controle dimensional e do paralelismo do conjunto chassis x eixos. (Na falta de equipamentos laser, o barbante e a trena ainda resolvem !) Verificar todas as fixações e "ancoramentos" que influenciam o paralelismo dos eixos.

Cuidado ; Seqüelas de acidentes É muito difícil, após um acidente de certo porte, resolver tecnicamente todas as áreas diretas e, principalmente indiretamente envolvidas (atingidas). Os choques violentos ocorridos sempre afetam alguma coisa na periferia resultando, muitas vezes, na impossibilidade, após conserto, dos pneumáticos atingirem boas quilometragens.

10) Outros fatores para um desgaste prematuro dos pneumáticos:

Podemos dizer que quase todos os componentes influenciam os pneumáticos, a mais ou a menos. Lembramos os principais :

  1. Todos os componentes da suspensão (amortecedores, estabilizadores, bolsas de ar, válvulas de nível, etc ...);
  2. Todos os componentes com óleo lubrificante interno. Em caso de vazamentos, a contaminação é altamente nociva para a borracha dos pneumáticos ! Isto inclui principalmente o tanque de combustível ... e a tampa !
  3. Toda a mecânica de acionamento dos freios nos tambores ! Problemas nesta área ou mal utilização dos freios gera superaquecimento cuja a irradiação afeta diretamente (e potencialmente) os pneumáticos bem como ar comprimido vazando e atuação prematura dos acumuladores (freio de estacionamento).
  4. Sistema de descarga cuja a saída fica "em cima" dos pneus traseiros !

11) O armazenamento:

Pneumáticos mal armazenados e em lugares inadequados terão vida útil encurtada, gerando (programando !) problemas futuros.

Os maiores inimigos do pneu parado são :

  1. em posição deitada, armazenando água e sujeira. Além de oxidar as partes internas de aço, são potenciais "nascedores" do mosquito transmissor da dengue !
  2. no ar livre, tomando sol e chuva !

12) Para concluir:

Os pneumáticos, no contexto manutencional da Empresa representam, além do custo, os perfeitos e fiéis indicadores do estado mecânico do veículo ! Saber interpretar um determinado desgaste num pneu não é tarefa muito simples, nem sempre ao alcanço do borracheiro, por melhor que ele seja ! É necessário conhecimentos técnicos profundos, experiência e sensibilidade suficiente para ir buscar (e descobrir ... ) a causa verdadeira do problema, quase que sempre localizado numa "região" ou ponto do veículo que somente o mecânico consciente e competente conhece !

Analisando indicadores que apontaram para uma péssima quilometragem dos pneumáticos observamos que as falhas situavam-se : 50% na manutenção 25% no borracheiro 20% na operação 5% na escolha da marca do pneu !

   
Georges GG Zahnd

 

 

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